Janeiro é o mês dedicado para o combate e conscientização dos transtornos mentais, sendo uma campanha iniciada em 2014 por um grupo de psicólogos de Uberlândia.
De acordo com dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com 9,3% da população ansiosa, e o segundo maior das Américas com depressão, sendo que tal doença atinge 5,8% da população.
No que tange a atividade laboral, doenças mentais representam um terço das causas de incapacidade no mundo, sendo que depressão e transtornos de ansiedade são as maiores causas da respectiva incapacidade. Não obstante, de acordo com a OPAS, entre 35% e 50% das pessoas que possuem transtornos mentais em países de alta renda, não recebem tratamento médico adequado e nos países de baixa renda o percentual é menor, estando entre 75% e 85%.
Com a pandemia ocasionada pela COVID-19, o isolamento da população aumentou os transtornos mentais em 80%, ocasionado pela pandemia e pelas incertezas advindas desta situação.
De acordo com os estudos demonstrados pela ANS, no I Simpósio Virtual ANS, realizado em setembro de 2020, os transtornos mentais aumentaram durante a quarentena em decorrência do grau de vulnerabilidade da pessoa.
Ainda, decorrente do alto número de informações e a instabilidade do cenário gerado pela pandemia, as pessoas passaram a apresentar uma dificuldade de concentração, bem como sensação de letargia, o que gerou a diminuição de interesse nas atividades cotidianas.
Deste modo, as pessoas que apresentarem grande sofrimento devem procurar ajuda médica especializada, sendo que atualmente o atendimento pode ser realizado de forma remota.
Não obstante, a Fiocruz divulgou uma cartilha com recomendações para o enfrentamento de transtornos mentais, sendo algumas delas as seguintes:
- Evitar o consumo de cigarro, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções;
- Investir em exercícios que auxiliem na redução de estresse agudo, como meditação, leitura, exercícios de respiração e habilidades manuais;
- Reconhecer e acolher seus medos, procurando pessoas de confiança para conversar;
- Retomar medidas estratégicas e ferramentas de cuidado que tenha usado em momentos de crise;
- Se a pessoa estiver trabalhando durante a crise, precaver-se para que nenhum item básico falte;
- Manter ativa a rede socioafetiva, mantendo contato virtual com familiares e amigos;
- Buscar um profissional de saúde;
- Buscar fontes confiáveis de informação.
Deste modo é possível conscientizar a população acerca dos transtornos mentais de modo a trata-los e procurar atendimento sempre que possível.