Na manhã desta terça-feira (27/10), a Associação Nacional das Administradoras de Benefícios – ANAB, por meio do seu Diretor- Presidente, Alessandro Acayaba de Toledo, participou do Summit Saúde 2020, evento realizado pelo jornal O Estado de São Paulo no painel “Desafios no setor de Saúde Suplementar”.
Em formato de Webinar, o painel foi moderado pela jornalista Fabiana Cambricoli e composto pela Especialista em desenvolvimento setorial do SESI, Georgia Antony; Vera Valente, Diretora Executiva da Fenasaúde; José Cechin, Superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS); Tatiana Aranovich, Assessora da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS e Alessandro Acayaba de Toledo, Diretor- Presidente da ANAB. O debate abordou como os planos de saúde foram afetados pela pandemia, a redução do número de pessoa com plano de saúde, o aumento da inadimplência. Além disso, os participantes também falaram sobre como as operadoras estão se preparando para a alta de consultas, exames e cirurgias eletivas que ficaram represadas durante o pior período da pandemia.
O primeiro tema tratado foi em relação a redução de beneficiários nos planos de saúde e a consequente queda nos procedimentos e consultas para os prestadores e Operadoras em razão da Covid-19. Vera Valente destacou a queda na sinistralidade das Operadoras que durante o pior período da pandemia que ficou em torno de 64%, a Diretora Executiva da Fenasaúde falou do desafio de trazer ao setor novos beneficiários que não estejam vinculados à um emprego formal.
Em sequência, José Cechin traçou um perfil dos beneficiários que deixaram de pertencer a um plano de saúde, segundo ele, a parcela da população mais afetado foi a de baixa renda, uma vez que estes beneficiários perderam os empregos formais que ofereciam o benefícios da assistência médica, em contrapartida os planos coletivos por adesão tiveram um aumento de contratações.
O Diretor- Presidente da ANAB destacou o aumento dos planos coletivos por adesão durante o período de pandemia e a importância de atuação das Administradoras de Benefícios, que se transformam em momentos de crise como um grande guia de acesso para os planos privados de assistência à saúde. Alessandro chamou atenção ao grande fator que será discutido em 2021 que é a recomposição do reajuste, que foi suspenso pela ANS de setembro a dezembro de 2020; neste ponto o Presidente da ANAB destacou a atuação da associação em solicitar a Agência Reguladora em abril de 2020 a suspensão do reajuste, bem como pontuou que as Administradoras de Benefícios com todo seu corpo técnico estão preparadas para discutir a forma de recomposição do reajuste e alternativas para que os consumidores possam ter mais opções em continuar nos planos de saúde.
Ainda tratando sobre a questão do reajuste, Tatiana Aranovich afirmou que como assessora da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras não é a pessoa mais indicada para falar sobre a recomposição do reajuste, mas pontuou que a ANS através do Boletim Covid-19, divulgado mensalmente, está buscando dados sobre inadimplência, utilização dos planos, queda de beneficiários e mudança no perfil dos planos, informações que ajudarão ao órgão regulador na discussão do percentual de reajuste em 2021.
Para a Diretora Executiva da Fenasaúde, Vera Valente, ainda é muito cedo para se discutir o reajuste, segundo ela o impacto só pode ser calculado após definição da ANS para que não venha gerar mais intranquilidade ao consumidor. Em contrapartida ao ponto levantado pela Vera Valente, a Especialista em desenvolvimento setorial do SESI, Georgia Antony, destacou que é importante sim que a recomposição do reajuste seja debatida o mais breve possível, pois diante da pandemia que estamos enfrentando precisamos ser mais proativos do que reativos o que traz benefícios para todos. Georgia destacou a atuação dos contratantes em se aproximar mais das Operadoras e intensificar a transparência na relação com estas para uma jornada de saúde mais integrada durante o período de pandemia.
Outro tema levantado no debate tratou das novas demandas e os custos dos planos de saúde, o Diretor- Presidente da ANAB falou sobre o novo estilo de vida que será experimentado após a pandemia e a necessidade de que dentro dos produtos ofertados haja novas opções que se adequem a essas novas demandas, o que ainda precisa ser discutido pelas Operadoras. Georgia Antony destacou a importância da telemedicina para atender a estas novas demandas dos consumidores, segundo ela, a telemedicina tem facilitado a acesso a procedimentos e consultas e através dela muitas demandas podem ser resolvidas, diminuindo o custo dos planos de saúde. Vera Valente, destacou a necessidade de que a telemedicina seja regulamentada de forma genérica e universal para que após o período de pandemia esta modalidade de atendimento continue sendo utilizada da forma que é hoje.
Ao final do debate foi discutida questão levantada por um participante em relação a segmentação dos planos de saúde e modulação de coberturas, Vera Valente mencionou a iniciativa da Fenasaúde em buscar junto à ANS regulamentação para que as Operadoras possam oferecer mais modalidades de planos para escolha do consumidor; neste sentido, José Cechin destacou que é importante que se ofertem mais modalidades de planos, porém atrelado a isso é preciso por parte de todos os envolvidos no setor oferecer ao consumidor maior clareza de informações para que ele possa escolher com mais propriedade.
Ainda tratando sobre a segmentação dos planos de saúde, Tatiana Aranovich afirmou que o importante é não se esquecer da integralidade nos planos de saúde, bem como a assimetria de informações, o beneficiário precisa saber as ofertas que cada plano de saúde oferece.
O Diretor- Presidente da ANAB, afirmou que as Administradoras de Benefícios não são contra a oferta de novas coberturas nos planos de saúde, entretanto, é preciso se atentar para os direitos já adquiridos pelos consumidores e a impossibilidade de rescisão unilateral por parte das Operadoras; um segundo ponto Alessandro é a questão do aumento da judicialização que pode ser ainda maior com novas segmentações, uma vez que no momento de contratação o consumidor não pode precisar os tratamentos que utilizará ao longo da vida; o terceiro ponto de atenção , segundo Alessandro, é em relação a regulamentação, pois não se pode simplesmente regulamentar a situação de empresas que oferecem consultas e exames para os planos de saúde, embora por meio de consultas simples pode-se resolver até 80% dos problemas de saúde a solução mais adequada não é mera regulamentação desta modalidade de cobertura. Finalizando, Alessandro destacou que o objetivo principal é resguardar os direitos dos consumidores.
O painel “Desafios da Saúde Suplementar” está disponível nas redes sociais do Estadão, acesse o link e confira: https://www.youtube.com/watch?v=l9Pd_QWMRm0&t=7269s.
O Summit Saúde 2020 ocorre até o dia 30 de outubro, acompanhe todos os painéis por meio do link: https://summitsaude.estadao.com.br/.
A ANAB, como entidade representativa procura sempre apoiar e participar de eventos que possam contribuir para melhorar o desenvolvimento das Administradoras, sendo assim ratifica a relevância da participação destas em todos os eventos relacionados ao setor contribuindo sempre para o seu fortalecimento no mercado de saúde suplementar.