Além das autoridades e do presidente do ICOS, Claudio Lottenberg, o evento reuniu outras lideranças e players da cadeia produtiva da saúde. Lottenberg revelou que a instituição reúne diversas frentes, desde a pesquisa científica até o atendimento aos pacientes. Ele também falou sobre a corresponsabilidade da saúde pública e privada. “Precisamos abrir os olhos para a saúde como um direito social que não isenta a participação do setor privado, pelo contrário, é garantido constitucionalmente.”
O presidente do BACEN, Ilan Goldfajn, abriu as discussões dizendo que o setor de saúde “é um dos mais importantes porque cria milhões de empregos e representa uma parte relevante do PIB” e, dentro desta perspectiva, ressaltou que é preciso criar estabilidade jurídica e econômica. O economista falou sobre a recuperação do país, mostrou dados e afirmou que “no Brasil a retomada da economia é gradual, mas é consistente.”
Ao falar sobre inflação e taxas de juros, Goldfajn defendeu as reformas pelo qual o país passa. “Ainda há muito que fazer, mas se conseguirmos manter estes ajustes, vamos baixar a inflação, o que significa que setores mais inflacionados, como a saúde, vão acabar diminuindo tendo este índice diminuído, o que é uma boa notícia”, acrescentou.
Jarbas Barbosa, da ANVISA falou sobre as diretrizes de regulação e desafios da agência, além de discutir sobre a evolução e problemas dos medicamentos no mercado brasileiro. “Mesmo em um ano de recessão, a indústria farmacêutica cresceu em ritmo acelerado, fruto do envelhecimento, expansão da atenção primária e a possibilidade de acesso. Estamos, sem dúvida, em um processo de crescimento, fruto de uma política extremamente acertada, produção de genéricos e uma indústria nacional forte.” Barbosa também citou o atual momento e a relevância de eventos como o desta sexta-feira. “Pior que a crise, é a instabilidade e a insegurança. Precisamos que o processo de recuperação seja conduzido da forma mais acertada possível. Do ponto de vista da ANVISA, temos buscado convergência internacional, mas, no Brasil, estamos avançando em ritmo muito menos que o necessário”, reiterou.
Durante sua fala, o presidente da ANS, Leandro Fonseca, assegurou que produtividade é a palavra chave para o desenvolvimento de um país. Ele mencionou números de despesas assistenciais e sinistralidade, enalteceu o setor de saúde suplementar e falou sobre a regulamentação. “Este setor é fundamental do ponto de vista social, ele contribui transversalmente para os demais. A regulação precisa induzir boas práticas para o ganho de produtividade e induzir eficiência setorial para o desenvolvimento do país como um todo.” Fonseca lembrou que 2018 fazem 20 anos da lei de planos de saúde e o SUS completa 30 anos de existência para falar sobre a necessidade de o setor debater soluções. “Estamos em um ano de eleição e marcos históricos importantes. É necessário termos um modelo assistencial sustentável e que entregue saúde oportunamente e com qualidade”, disse.
Alessandro Acayaba de Toledo, como representante das administradoras de benefícios, entende que é preciso que a ANAB continue presente em encontros como este e siga entre os principais atores em busca de recursos para superar os desafios da saúde no Brasil. “Nestas oportunidades, debatemos com nossos pares sob diversas perspectivas e enxergamos possibilidades para que o segmento evolua cada vez mais”, finaliza.