Na última terça-feira dia 26 de novembro de 2019, no Unibes Cultural foi realizada a 3ª Edição do Seminário de Saúde Suplementar – Folha.

O evento protagonizou três mesas de debates com assuntos de extrema relevância para à Saúde Suplementar.  

A primeira mesa contou com o tema: Mudanças na legislação com a participação do Dr. Alessandro Acayaba de Toledo – Diretor-Presidente da ANAB, Dr. Marcos Pimenta – Assessor da Presidência da ASP – Associação Paulista de Medicina, Vera Valente – Diretora Executiva as Fenasaúde, Paulo Furquim De Azevedo – Coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper e Paulo Roberto de Oliveira Webster – Diretor de Regulação, Monitoramento e Serviços da Unimed.

A abertura feita pela Diretora Executiva da Fenasaúde, que reúne 15 grupos econômicos do setor defende que as propostas de mudança na legislação visam ampliar o acesso à saúde no país e desafogar o SUS com a  segmentação dos planos, que permitiria a comercialização de produtos com coberturas reduzidas, é a proposta mais polêmica apresentada pelas empresas.

O Diretor-Presidente da ANAB, Dr. Alessandro Acayaba de Toledo, discorda da proposta da Fenasaúde, pois acredita que o consumidor não possui capacidade técnica para decidir qual seria a melhor cobertura dentro de seu plano de saúde, visto que as doenças são incertas e não fazem parte da escolha de nenhum ser humano quiçá de um consumidor quando opta pela aquisição do plano de saúde, em suas palavras, “Com que base técnica o consumidor poderá decidir que tipo de cobertura ele vai querer? Se for necessário atualizar a legislação, que tem 21 anos, não pode haver retrocesso”, afirmou.

As Operadoras defendem segmentação, médicos temem retrocesso para consumidor, no entanto diante do cenário da diminuição do número de beneficiários, as operadoras de planos de saúde defendem medidas quanto à flexibilização das normas do setor.

Ainda assim segundo a Diretora Executiva da Fenasaúde, com a mudança do perfil da população tendo estes uma expectativa de vida maior e o aumento de idosos, um novo perfil epidemiológico, a incorporação de novas tecnologias de saúde, aumentaram significadamente os custos do setor desde a aprovação do marco legal da saúde suplementar, em 1998.

Já na visão de Paulo Furquim de Azevedo, Coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, essa diversificação das modalidades de contratos poderia ser uma solução visto pela ótica teórica, no entanto na prática apenas vai aumentar a judicialização.

Para Marcos Pimenta, Assessor da Presidência da APM e presidente da Rede Mário Gatti, em Campinas (SP) ele compartilha do entendimento Dr. Alessandro Acayaba de Toledo, que se preocupa com a falta de conhecimento técnico do leigo para escolher planos em um cenário de aumento das modalidades ofertadas. “O rol de procedimentos de cobertura obrigatória é um avanço que deve ser preservado para que todos os usuários possam saber o que estão contratando. A classe médica trabalha com o princípio de cobertura universal”, disse.

Os palestrantes entram em consenso quando se trata de mudanças na legislação, em especial para reduzir custos e ampliar a efetividade dos planos de saúde com melhorias na gestão, um ponto fático nesse contexto é a revisão do atual modelo de remuneração de prestadores de serviços médicos, que privilegia o pagamento por procedimento realizado.

Segundo o Dr. Paulo Roberto de Oliveira Webster, o modelo atual o “fee for service” (pagamento por serviço), não beneficia os pacientes, a FenaSaúde defende a transição para um modelo de pagamento baseado no desempenho do atendimento aos usuários.

A segunda mesa de debates tratou da Transparência, responsabilidade e a relação com o cliente, contou com a presença da Ana Pergy Faro Guerra – Gerente Técnica do Grupo Notredame Intermédica, Estela Waksberg Guerrini – Defensora Pública do Estado de São Paulo, e Lorena Tamanini Rocha Tavares – Superintendente de Projetos e Inovação para Clientes da Qualicorp.

 A abertura dos debates foi realizada por Ana Faro Guerra, segundo ela “O desafio não é só trazer transparência. É garantir que essa informação chegue até quem precisa”.

Pois segundo Ana Pergy a falta de informação em relação ao funcionamento dos planos de saúde impede que a discussão pública do assunto amadureça e seja propositiva, pois sabe-se que o consumidor não possui o hábito da leitura de contratos o que dificulta na sua escolha, apresentou como sugestão a união dos órgãos de defesa do consumidor com às operadoras para esclarecer dúvidas dos consumidores e evitar demandas que dependem muitas vezes apenas de esclarecimentos.

Estela Waksberg Guerrini, concorda com a colocação de Ana Pergy , a mesma diz que essa atitude evita judicializar e afirma, que já fez acordos semelhantes com empresas de outras áreas, pois é notório que a relação de poder entre beneficiário e Operadoras e Administradoras é naturalmente desigual, a defensora sugeriu que fosse usada uma linguagem clara, com exemplos em vez de conceitos abstratos, e transparência em relação aos erros da empresa e ao valor dos reajustes.

Lorena Tavares, enfatizou a importância das ouvidorias não apenas sai mais barato como fideliza o cliente e aumenta o seu grau de confiança na operadora/administradora, segundo ela, a comunicação com o cliente é mais eficaz do que as mudanças regulatórias atualmente em discussão.

Em uma opinião geral sabe-se que se que muito se gasta para solucionar problemas com clientes e que possivelmente se a comunicação de forma clara existisse, esse valor gasto poderia ser empregado de forma melhor e beneficiaria todos.

Por fim a última mesa foi referente a Atenção à Saúde Mental no Sistema Suplementar, os palestrantes foram: Ricardo Salem Ribeiro – Diretor Médico da Operadora Care Plus, Tereza Villa Boas Veloso – Diretora Médica de Saúde de Adultos da Sul América e Wagner Gattaz – Professor da FMUSP e Médico no IPq- USP.

A abertura foi realizada pelo Profº e Dr. Gattaz que chamou a atenção para um dado importante onde o Brasil é um dos países que é campeão de doenças relacionados a problemas mentais, segundo ele um dos motivos é o fato da população deixar de constituir família e maior dedicação ao trabalho.

Por outro lado, a população não possui mais o tabu da procura pelo psicólogo ou psiquiatra, visto que hoje tem a maior busca pela melhora do ser humano, pois algumas doenças mentais tais como a depressão acaba desencadeando doenças que são fruto da fadiga mental e acaba trazendo confusão em diagnósticos, pelo fato paciente muitas vezes não entender que a dor de cabeça constante não se trata de um problema neurológico, a dor no coração e o cansaço nem sempre é um problema cardíaco e assim por diante. Por isso algumas vezes não aparece no diagnostico, porque o problema está na cabeça.

Tanto a Dra. Tereza quanto o Dr. Ricardo Salem são protagonistas ativos de programas dentro de suas Operadoras que tem auxiliado muitos beneficiários, até mesmo evitando suicídios e com tratamento para dependentes químicos.

A ANAB, como entidade representativa, sempre acompanha e divulga todas as notícias vinculadas ao Órgão Regulador, com destaque para aquelas que possam afetar diretamente as Administradoras de Benefícios em suas atividades.

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