Ontem, 14 de agosto de 2017, a Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB), representada por sua advogada, Patrícia Vieira Brasileiro, prestigiou o Summit Saúde Brasil 2017, realizado pelo jornal Estadão, em São Paulo, tendo como tema “As ideias para cuidar do nosso futuro”.
O evento foi composto por palestras referentes ao futuro da ciência e das inovações tecnológicas na vida e na medicina; experiências inovadoras na gestão da saúde; Big Data na saúde: da teoria à prática; tecnologias disruptivas; desafios da saúde suplementar no Brasil; medicamentos do amanhã; judicialização e a sustentabilidade do sistema; custos, qualidade e modelos de remuneração; medicina personalizada; e a revolução do tratamento sob medida.
Durante a abertura do evento, o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) estarão informatizadas até o final de 2018. Segundo Barros, todas as UBS’s devem passar por este processo, que inclui a implantação do prontuário eletrônico dos pacientes.
“Hoje, financiamos doença e temos que passar a financiar saúde. Investir em prevenção e promoção será a palavra de ordem. Sabemos que, em 30% das consultas, as pessoas não comparecem. Elas poderão confirmar com o smartphone”, explicou Ricardo Barros.
Sobre judicialização, Ricardo Barros, pontuou que o acordo de cooperação com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para redução da judicialização, tem, atualmente, um impacto aproximado de R$ 7 bilhões ao ano. A parceria consiste na criação de um banco de dados com informações técnicas para subsidiar os juízes que se deparam com demandas relacionadas à saúde e a capacitação dos alimentadores desse sistema. Caberá ao CNJ resguardar as informações e torná-las acessíveis aos juízes. A consolidação desse trabalho está a cargo do Comitê Executivo Nacional do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde, supervisionado por Arnaldo Hossepian.
Ademais, dentre as diversas participações neste evento, destacamos também a fala do Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Dr. Paulo de Tarso Sanseverino, quanto à judicialização e a sustentabilidade do sistema. O Ministro afirmou que no STJ existe uma preocupação com o mutualismo e com o prestígio de decisões da Agência Reguladora, mas que, para evitar a judicialização, deve haver maior regulação por parte da ANS.
Quanto à saúde suplementar no Brasil, Sérgio Ricardo Santos, CEO da Amil Assistência Médica, afirmou que a inflação médica decorre de 4 (quatro) fatores: erro, abuso, fraude e desperdício, e que para a sustentabilidade do setor público e privado é necessário trocar o fee for service por outro modelo de remuneração que possa coibir tais atitudes.
Já em relação à criação de planos de saúde acessíveis, Manoel Peres, Diretor Geral da Bradesco Saúde, afirmou que a proposta apresentada pelo Ministério da Saúde está muito focada em contenção de riscos e que retirar coberturas talvez não caracterize um plano como acessível.
A ANAB ratifica a importância da participação das Administradoras de Benefícios em todos os eventos do setor, contribuindo sempre para o fortalecimento destas no mercado de saúde suplementar.