Nos dias 1 e 2 de setembro de 2016, a Associação Nacional das Administradoras de Benefícios – ANAB, representada por sua Diretora Executiva, Luciana Silveira, participou do 21º Congresso Abramge e 12º Congresso Sinog, em São Paulo.

O presidente da ANS, José Carlos Abrahão, apresentou dados da saúde suplementar e afirmou estar preocupado com a sustentabilidade desse setor, mas que a Agência Reguladora não pode abrir mão da obrigação fiscalizatória e, tampouco, atuar sozinha. Segundo ele, é importante a melhoria na gestão das operadoras, a redução do desperdício, o investimento em ações de prevenção de doenças e promoção da saúde, entre outras medidas.

O diretor da Abramge, Pedro Ramos, citou o trabalho que a instituição vem desenvolvendo em relação à problemática das OPME e fez uma apresentação propositiva, sugerindo o combate ao desperdício, ações contra a judicialização, mudanças no modelo de remuneração, atuação da ANS como agência de fomento do setor, fim da desproporção das multas, revisão da lógica do ressarcimento ao SUS e flexibilização de produtos (planos mais acessíveis).

Amitabh Chandra, professor na escola de governo de Harvard e membro do Comitê de Assessores sobre política de saúde no Congresso americano, inseriu a discussão sobre co-pagamento e expansão de acesso, citando exemplos bem-sucedidos nos Estados Unidos. Além disso, falou muito sobre o impacto dos novos medicamentos sobre os custos e das negociações que estão sendo feitas na tentativa de baixar esses custos.

O superintendente do IESS, Luiz Augusto, fez uma palestra ressaltando, sobretudo, a escalada dos custos do setor saúde. Em seguida, participou de um painel de discussão sobre a retomada de crescimento dos planos de saúde, acompanhado de Cadri Massuda, presidente do SINAMGE, Solange Beatriz, presidente da FENASAÚDE e Eliane Kiara, sócia da PWC e especialista no setor saúde. Houve consenso no sentido de tentar buscar ações mais concretas a exemplo do que tem sido feito nas câmaras técnicas promovidas pela ANS.

Por fim, o jornalista Carlos Alberto Sardenberg fez uma longa apresentação sobre cenários e perspectivas econômicas no Brasil, antes e depois do impeachment. Apresentou, ainda, pesquisas que demonstram as boas expectativas; o índice de confiança de empresários e consumidores, que aumentou, e a adequada agenda econômica do novo governo. Entretanto, ponderou que, diante da necessidade de aprovação de medidas impopulares no Congresso Nacional, as projeções podem mudar.

No segundo dia de evento, o secretário de saúde do Estado de São Paulo, David Uip, falou da situação dramática vivida pelo estado na área da saúde, que, apesar de atender pacientes de todas as regiões do país, não recebe a devida contrapartida financeira. Além disso, destacou alguns fatores que ampliam ainda mais as dificuldades como o desperdício, gastos em torno de 1,2 bilhão de reais com a judicialização e atuação da máfia das OPME. Complementou dizendo que 20 Santas Casas fecham no País a cada dia.

Drauzio Varella destacou alguns ganhos da saúde como a evolução do acesso e a redução da mortalidade infantil, mas reforçou a necessidade de mudança do modelo de atenção à saúde. Criticou a Constituição Federal por estabelecer a saúde como um dever do Estado e não do cidadão, por entender que isso faz com que as pessoas não tenham compromisso com a prevenção de doenças e promoção da saúde. Disse que os médicos estão sendo formados de maneira equivocada. Ademais, não entende como as operadoras conseguem sobreviver com margens de lucro tão pequenas, mas, ao mesmo tempo, pecam por fazerem propagandas que estimulam o uso de altas tecnologias que ampliam os custos. Chamou atenção, ainda, para o envelhecimento da população. Finalizou dizendo que quem tem plano de saúde não deveria utilizar os serviços do SUS.

O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, encerrou o evento mostrando o panorama da saúde que ele encontrou logo que assumiu a pasta, destacando um déficit de 3,5 bilhão com estados e municípios. Em seguida, apresentou uma proposta de trabalho. Vale destacar, a ideia de criação do plano acessível que, segundo ele, é uma solução para oferecer acesso a pessoas desempregadas. Para tanto, criou um grupo de trabalho que irá discutir o melhor modelo.

A ANAB continuará acompanhando os eventos setoriais e ressalta a importância das Administradoras de Benefícios estarem cientes de todos os assuntos referentes à saúde suplementar. 

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