Na última segunda-feira (27), o jornal Folha de São Paulo realizou o 6º fórum a saúde do Brasil em parceria com patrocínio da Anab (Associação Nacional das Administradoras de Benefícios), da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar).
No fórum, especialistas e representantes de entidades discutiam acerca de novas estratégias para a área da saúde suplementar, judicialização, escassez de médicos e a questão da telemedicina e seus desdobramentos.
Dentre os convidados estavam, Luiz Henrique Mandetta, o atual Ministro da Saúde escolhido pelo Presidente Jair Bolsonaro, Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Henrique Ávila, conselheiro do CNJ, Claudio Lottenberg, presidente do UnitedHealth Group Brasil e Alessandro Acayaba, presidente da Anab.
A interação trazida pelo evento acerca dos principais temas da área da saúde na atualidade contribuíram demasiadamente para um maior conhecimento bem como para que possíveis soluções sejam postas em prática.
Os temas trazidos contavam com um intenso debate onde soluções foram apontadas por especialistas do assunto que participaram do 6º fórum da Saúde do Brasil no auditório do MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo).
Vejamos de forma breve os principais temas abordados:
Judicialização
O número de ações judiciais no que diz respeito à saúde no Brasil aumentou 130% entre 2008 e 2017. No referido período, a quantidade de ações em primeira instância saltou de 41.453 para 95.752, o que totalizou aproximadamente 500 mil processos. Em segunda instância, foi de 2.969 para 40.658, somando quase 270 mil.
O presidente da Anab, Alessandro Acayaba, citou dados de uma pesquisa que identificou os principais conflitos na saúde suplementar, quais sejam: inadimplência, cancelamento de contratos por parte das operadoras, negativa de cobertura e reajuste das mensalidades.
De acordo com Acayaba, o melhor caminho para que se possa evitar um aumento ainda maior no número de demandas judiciais na área da saúde é informar melhor o consumidor.
“É importante que ele entenda a necessidade dos reajustes e seja informado constantemente sobre a evolução do seu contrato. Ninguém está equivocado ao buscar seus direitos. Acredito que o brasileiro seja um consumidor de boa-fé, mas muitas vezes entra com processo judicial por não estar bem informado sobre o que contratou”, afirmou.
Estratégias para a área da saúde suplementar
“Fazer mais com menos” foi uma das estratégias abordadas no fórum. Combate ao desperdício é o que ajudará a manter a ordem em hospitais, unidades públicas de atendimento e operadoras de convênio. Tecnologia, gestão, cuidados básicos e novos modelos de remuneração de serviços médicos foram as apostas para diminuir os gastos desnecessários.
A atenção primária à saúde também foi debatida. A prevenção e tratamento pode ajudar a tirar o sistema brasileiro do sufoco.
Afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta “qualquer sistema de saúde no mundo, público ou privado, que não organiza a atenção primária está fadado ao fracasso”.
Mandetta disse ainda que a “reorganização do sistema de saúde vai partir da atenção primária” e citou a criação da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, que começou a funcionar nessa última sexta-feira (31) a qual também será responsável pelas políticas de saúde para populações vulneráveis, como crianças e idosos.
Escassez de médicos
A retirada dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos registrou 15% de desistência de médicos brasileiros em apenas três meses (contados de dezembro de 2018 e março deste ano).
Ao ser indagado se concordava que os programas de residência médica deveriam ter uma regulação que impulsionasse uma procura mais assídua pela área de família, João Alceu Amoroso Lima, presidente da FenaSaúde, rejeitou a possibilidade.
Entretanto, afirmou que faculdades de medicina deveriam se adaptar a essa nova demanda de formação.
Os palestrantes do fórum concordaram entre si de que a incorporação da atenção primária é de suma importância não apenas para o sistema público de saúde, mas também para o suplementar.
“É a mudança da prática que trará o resultado dentro da perspectiva econômico-financeira, não a pressão financeira”, defendeu Claudio Lottenberg, presidente do UnitedHealth Group Brasil, multinacional controladora da Amil.
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