Livro detalha avanços da oncologia da saúde suplementar
Publicação da ANS descreve como o envelhecimento e a melhoria das condições de vida impactam no aumento de casos de câncer no país.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou nesta terça-feira (25) no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, o livro Avanços da Oncologia na Saúde Suplementar. A obra, produzida pelos próprios técnicos da agência reguladora dos planos de saúde do país, demonstra como o envelhecimento e a melhoria das condições de vida da população refletem no aumento dos casos de câncer e, consequentemente, na evolução das pesquisas e novas tecnologias para tratar a doença.
O livro foi divulgado durante o Encontro ANS São Paulo, evento organizado para demonstrar como as normas da ANS podem ser aplicadas pelas operadoras de planos de saúde e para a solução das dúvidas entre os entes do setor.
Um dos principais avanços da regulação da saúde suplementar este ano foi a incorporação no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS de 37 medicamentos orais para tratamento do câncer e oito grupos de medicamentos para efeitos adversos. A nova versão do Rol da ANS, que é a lista de procedimentos obrigatórios para os planos de saúde, entrou em vigor em 2 de janeiro deste ano. Conforme levantamento da Agência, pelo menos 10 mil pessoas já se beneficiam com a medida que determina a distribuição dos medicamentos orais para câncer e para efeitos colaterais do tratamento.
“Esta nova abordagem de tratamento, em casa, via oral, quando há medicamentos comprovadamente eficazes e quando o paciente tem indicação médica, favorece a redução dos custos assistenciais em paralelo à ampliação da qualidade de vida. Quem se trata de câncer em casa, ou dispõe do medicamento para efeitos colaterais em casa, deixa de recorrer a ambulatórios e a ambientes hospitalares para receber seu tratamento”, ressaltou o diretor-presidente da ANS, André Longo.
Nas últimas revisões do Rol da ANS, algumas das principais inclusões foram as bolsas de colostomia temporárias ou de uso contínuo para pacientes ostomizados, diversos tipos de cirurgias por videolaparoscopia, radioterapia por IMRT para tumores da cabeça e pescoço, Pet-scan oncológico com oito indicações, incluindo linfoma, esôfago, colo-retal, pulmão, melanoma e mama, além dos medicamentos para câncer e para efeitos adversos.
Especialistas da ANS também debateram essas incorporações com as entidades médicas, inclusive as diretrizes de utilização para os medicamentos para controle dos efeitos adversos no tratamento do câncer. Foram elencadas para efeitos colaterais oito indicações mais frequentes: anemia, profilaxia e tratamento de infecções, diarreia, dor neuropática, profilaxia e tratamento da neutropenia (uma disfunção no sangue), profilaxia e tratamento da náusea e vômito, rash cutâneo e profilaxia e tratamento do tromboembolismo.
Segundo a gerente de Assistência à Saúde da ANS, Karla Coelho, a ideia é fornecer informações precisas para pacientes, médicos, operadoras de planos de saúde, hospitais e gestores, a fim de que se garanta cobertura em tempo oportuno aos beneficiários da saúde suplementar. “Incluímos no novo Rol da ANS, por exemplo, os exames de oncogenética, destacando a possibilidade de prevenir neoplasias que tenham o fator genético como determinante da doença, como os gens BRCA 1 e BRCA 2. Neste caso, também foi incluído o procedimento cirúrgico profilático (mastectomia e histerectomia) e a reconstrução mamária”, acrescentou Karla. “Não estamos falando só do diagnóstico precoce e tratamento, mas também dos aspectos de promoção à saúde, como o estímulo às operadoras desenvolverem programas, inclusive relacionados aos fatores de risco para o câncer, como o tabagismo, líder global de causas de morte evitáveis”, completou.
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